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Justice League #1 inicia o polêmico reboot da DC de forma arrastada!!!

Por Gabriel Almeida

Acabou. O Universo DC que conhecemos, iniciado memorialmente em Crise nas Infinitas Terras e, na cronologia atual, modificado durante Crise Infinita, morreu. Faleceu nesta quarta-feira, com a publicação de Flashpoint #5 nos Estados Unidos. Nasce então o novo Universo DC, desconhecido para todos, com a chegada de Justice League #1 (DC Comics, 40 páginas, US$ 3,99), que foi publicado nos Estados Unidos e, digitalmente, em todo o mundo também nesta quarta.

Antes de entrar em Justice League #1 propriamente dita, vale comentar sobre Flashpoint #5, mesmo que brevemente. Como trata-se do final de uma saga que muitos leitores ainda não acompanharam, saiba que o próximo parágrafo é RECHEADO de spoilers. É só pular pro próximo, se não quiser saber, porém. 🙂

No gibi, Flash confronta seu velho inimigo, Flash Reverso, para descobrir quem modificou a realidade do Universo DC dentro da saga. Surpreendentemente, o roteirista Geoff Johns coloca que o próprio Flash, Barry Allen, modificou a realidade, tentando salvar a própria mãe. Com essa informação, o velocista volta ao passado para parar a si mesmo. Porém, o estrago já estava feito. O ato de tentar mudar o passado – e depois mudar de idéia – não tornou possível o retorno para a cronologia anterior. Tudo se misturou, criando a nova DC. Pior: Barry passa a acreditar que está tudo normal. Ele não se toca das mudanças na cronologia e, por isso, não se preocupe em tentar mudar tudo novamente.

Nova cronologia estabelecida, chega a hora de conta-la. Assim, Justice League #1 começa cinco anos no passado em relação ao resto do novo Universo DC. Trata-se de uma realidade bem diferente daquela que conhecemos. Afinal, antes, os heróis já estão estabelecidos há um bom tempo. Nesta nova DC de cinco anos atrás, os grandes personagens da editora são desconhecidos ao grande público. Batman, o primeiro a aparecer no gibi, é visto ainda como quase uma lenda urbana e, ao mesmo tempo, perseguido pela polícia. Já o Superman ainda é visto como algo novo e desconhecido.

Falando sobre a história em si, o roteirista Geoff Johns conta uma história bem aos moldes do que saia, nos tempos antigos, na revista mensal The Brave and The Bold. Batman dá de cara com um inimigo desconhecido, o Lanterna Verde Hal Jordan é avisado pelo anel que se trata de uma alien e aparece por lá para ajudar. Os dois finalmente se conhecem, conversam e parte atrás do vilão.

As caracterizações dos dois personagens estão bem fiéis ao que conhecemos. Porém, Johns brinca com o fato da HQ estar no passado e nos apresenta um Hal Jordan mais impulsivo, autoconfiante por conta dos poderes do anel recém recebido, e um Bruce Wayne desconfiado, soturno, sem necessidade de se mostrar ao público ou aos outros heróis.

Por fim, a história traz o novo Superman. Kal-El está lá com seu novo uniforme, sem cueca por cima da calça, e um ar mais jovem. Com cara de garoto, mesmo. É estranho para que sempre leu HQs do Azulão com uns 35 anos ver um cara que deve ter, sei lá, 20 e pouco anos. Também por isso, Johns faz questão de mostrar que este Homem de Aço é daquele que age primeiro e depois pensa, como qualquer um de 20 e poucos anos.

O vilão ainda não aparece, mas é citado. Trata-se de Darkseid, eterno grande inimigo da DC. Não deixa de ser uma retomada do que a editora fez em outro relaunch da Liga da Justiça, na sagaLendas. Naquela época a HQ escrita por John Byrne procurou um pressuposto mais denso para a saga que uniria os principais super-heróis. Darkseid utilizou o Glorioso Godfrey para minar a opinião pública contra os heróis fantasiados. Sem escapatória, os super-heróis se unem, enfrentam o vilão e reconquistam a confiança da população.

Johns ainda apresenta muito pouco de sua trama nesta primeira edição, mas, pelo que se vê, teremos algo bem mais raso. Darkseid provavelmente se releverá aos terráqueos com algum plano bombástico, obrigando os heróis da DC a se reunirem. A única profundidade virá de Cyborg, que aparece nesta primeira edição ainda como um garoto normal. Provavelmente acompanharemos o acidente do personagem e como, após ganhar enxertos mecânicos em seu corpo, vai acabar em meio aos heróis.

Já na arte é possível sim ter uma visão mais definitiva. Jim Lee já viveu tempos melhores, lá na época dos X-Men. Há muito tempo o desenhista se perdeu em meio as suas hachuras, deixando a arte suja, cheia de traços. Tudo fica extremamente poluído. A diagramação também é bem conversadora, com apenas alguns momentos no qual o artista assume o risco de inovar um pouco.

Poderia aqui iniciar uma comparação com outras oportunidades nas quais a DC relançaram a JLA. Algumas delas mais felizes, outras nem tanto. Mas vou popupá-los disso. O que importa é que fica claro em Justice League #1 que a editora se rendeu a uma proposta mais juvenil, sem a profundidade que as HQs conquistaram nas décadas recentes. Este reboot é, definitivamente, para a garotada. A DC até brinca com isso no final da revista, afirmando que “esta não é a Liga da Justiça que seus pais conhecem”.

Até por isso, muita coisa mudou na nova cronologia. O primeiro super-herói da história é o Superman. PONTO. A Sociedade da Justiça nunca existiu. Ou existiu, mas não na Nova Terra desta Nova DC, mas sim na revigorada Terra 2, como confirmou o roteirista James Robinsonrecentemente. Como não tem muita lógica a Terra 2 ser afetada por mudanças temporais da Nova Terra, diria que esta Terra da SJA será a mesma vista tempos atrás, em uma HQ da Poderosa pós-52. Vamos aguardar para saber.

 As mudanças são muitas e, como vocês sabem, vão além do  editorial. Todos os gibis da casa do Superman serão vendidos  online no mesmo dia que acontece a venda física nos Estados  Unidos. Foi assim que pude botar as mãos nesta primeira  edição de Justice League. Ao menos inicialmente a estratégia  deu certo, com solicitações bem acima do habitual.  Porém, uma falha que ninguém contava aconteceu na manhã  desta quarta: a versão digital de Justice League #1 vazou na  internet duas horas antes da venda oficial nas comic shops.  Até que ponto isto terá uma repercussão negativa nas vendas?

Além disso, o começo deste novo universo funcionou muito mais como um anti-climax. É uma HQ de formação de uma super-equipe feita bem aos poucos. Isso acontece por uma escolha de Johns que pode ser bem polêmica. Ele abre mão de contar uma história comum, com os famosos três atos: apresentação, confrontação e resolução. Claro, isso está, bem ou mal, na revista, mas a HQ como um todo funciona como uma grande parte de um primeiro ato, o de apresentação, de um enredo maior. E, como você já viu, nem todo mundo foi “apresentado”. Se realmente tivermos uma apresentação ocupando duas edições, que é o que parece, é possível chutar que todo este primeiro arco de Justice League ocupe oito revistas. É muita coisa!

Resultado: a primeira história não empolga ninguém, apenas instiga. A questão é: será que vão entregar o material que estão prometendo? Ou teremos leitores desistindo no meio do caminho e reclamando do começo “arrastado”?

No final, Justice League #1 ainda apresenta um pequeno preview de cada um dos outros 52 novos títulos #1 da DC. Claro, querem aproveitar o novo público que está comprando o gibi para ser “fisgado” por todo novo Universo DC. Será que eles vão conseguir?

São muitas perguntas, nenhuma resposta. Uma coisa é certa: todas estas mudanças tem a mão de Diane Nelson, nomeada presidente pela Warner para reestrurar a DC Entertainment (ou seja, trazer mais dinheiro). Se tudo isso não der certo e as vendes caírem a médio prazo, eu realmente temo pelo futuro da DC.

Justice League #1:

Roteiros: Geoff Johns.
Lápis: Jim Lee.
Arte-final: Scott Williams.
Cores: Alex Sinclair.
Capa: Jim Lee, Scott Williams e Alex Sinclair (variante por David Finch, Richard Friend e Peter Steigerwald).
Editora: DC Comics.
Formato: americano.
Páginas: 40.
Distribuição: nos comics shops dos EUA e digitalmente via ComiXology.
Preço: US$ 3,99.

Razão (financeira) do Relaunch é explicada e detalhada por jornal!!!

Por Gabriel Almeida

Chegou a hora. Todo mundo sabe que o motivo real do DC Relaunch é financeiro, mas oLos Angeles Times conversou com Dan DiDio Jim Lee no fim de semana passado em new Jersey para explicar a situação comercial da editora e seus super heróis. “Os fãs casuais fugiram da gente” observou DiDio. “Estamos ficando apenas com os consumidores die-hard” explicou.

Todos os anos as comic-shops têm perdido vendas e em 2011 mais 7% se foram. Alguns culpam os arcos de histórias intermináveis, enquanto outros apontam que a culpa é dos ciclos eternos de atar personagens, ressuscitá-los e assim por diante. Fora isso há o agravante do mundo digital: os jovens de hoje querem saber de Youtube, XBoX[bb]PS3[bb], Facebook e afins. Foi então que a editora anunciou que, pela primeira vez na história das publicações americanas, as revistas sairiam no mesmo dia em papel e formato digital para iPhones, Smartphones com Android e Tablets.

Além desta mudança, a DC achou por bem recomeçar todo seu universo do zero, com histórias mais voltadas aos jovens, possuindo títulos mais diversificados e linhas de narrativa mais simples e fáceis de acompanhar por fãs costumeiros e esporádicos. A estratégia é um risco calculado para a Warner Bros, mas como Jim Lee afirmou “os quadrinhos são a principal engrenagem incubadora de ideias da Warner. Precisamos colocá-los no mercado de uma forma que mostre a importância do que está acontecendo“.

Mesmo que Lanterna Verde tenha se mostrado um fracasso e que o seriado da Mulher-Maravilha tenha sido cancelado sem nem ir ao ar, a Warner continua investindo pesadamente nos heróis DC Comics, como comprovam projetos como The Dark Knight Rises, Man of Steel e outros filmes, games, desenhos e filmes animados sendo produzidos. A WB precisa que a DC continue gerando ideias, e elas devem ser mais novas e frescas.

O desenhista Rob Liefeld também foi entrevistado e comentou que a indústria chegou num ponto de estagnação que tornou necessário o botão reset. Sendo assim uma das maiores mudanças está acontecendo com o Superman. O herói volta a estar nos seus 20 e poucos anos, tendo seu casamento com Lois Lane totalmente deixado pra trás. “Queremos retornar ao clássico triângulo amoroso entre Lois, Clark e Superman, que as pessoas conhecem tão bem” afirmou Lee.

A acessibilidade dos quadrinhos pretende voltar a expandir o mercado. Nos anos 1990 havia cerca de 9000 postos de vendas pelo país, entre lojas especializadas, bancas de jornais e até farmácias. Hoje são pouco mais de 2000, e todas são especializadas. “Quando eu estava crescendo havia vários lugares em que eu podia entrar e comprar um gibi” disse Marv Wolfman, escritor veterano e ex-editor-chefe da Marvel, “mas hoje há crianças que nunca viram um gibi“.

Downloads digitais são uma solução óbvia, mas até agora a maioria das editoras têm experimentado a coisa com edições mais antigas, temendo que isso chateie as poucas comic-shops que existem no país hoje. A DC é a primeira que dá o passo de igualdade na internet. “Os quadrinhos demoraram mais que outras mídias para entrarem no formato digital” disse David Steinberger, chefe executivo de vendas do ComiXology. “Eu quase caí da cadeira quando a DC me contou o que estavam planejando“.

Para deixar os revendedores mais calmos, DiDio e Lee começaram a apresentar um road show pelos Estados Unidos mostrando os planos da editora a cada comc-shop, explicando que agora eles também têm sua frente de loja virtual, onde podem vender quadrinhos digitais e ter uma renda adicional, além de participar deste novo plano da editora. Gerry Gladston, dono da Midtown Comics, contou que ainda não se convenceu da iniciativa digital, mas admite que há muito interesse. Outros acreditam que esta ideia da DC vai acabar com o gibi impresso.

A curto prazo, o benefício parece ter sido pra todos. O título Justice League, que comanda o DC Relaunch, já teve mais de 200 mil cópias vendidas na pré-venda, sem contar futuras vendas nos stands das lojas e versões digitais. Além disso outros seis títulos da DC já ultrapassaram 100 mil cópias no mesmo formato.

Há preocupação que esta atitude da DC seja apenas mais um evento, como tornou-se padrão dela e da Marvel anualmente. No entanto os editores afirmam que não se trata disso, e afirmam que este é o maior acontecimento das HQs desde Crise nas Infinitas Terras, da própria DC e de Marv Wolfman.

O pior cenário que a DC/Warner pode enfrentar é ter apenas alguns poucos novos leitores e ter seus leitores antigos alienados pela coisa toda, mas os arquitetos do reboot afirmam que é um risco necessário.

A verdade é que as pessoas estão indo embora de qualquer forma, apenas estão fazendo isso em silêncio, e nós tentamos contornar a situação aumentando alguns preços. Não dá pra acordar um dia e vender meia dúzia de revistas de US$ 20 cada com apenas 10 mil pessoas comprando” finalizou DiDio.

– A Matéria original, do LA Times, é de Ben Fritz e Geoff Boucher.

Reboot:Veja formação completa da Liga da Justiça!!!

Por Gabriel Almeida

[O artigo abaixo contém spoilers]

Após ter mostrado a Liga da Justiça que será feita por Geoff Johns e Jim Lee, a DC Comics rapidamente divulgou que aqueles sete personagens serão o núcleo da nova equipe, e não sua formação total. Muitas teorias foram feitas pelos fãs nas últimas semanas acerca de quem estaria lá, e pondo uma pedra no assunto, a DC agora mostra a formação completa.

A imagem é exclusividade do Bleeding Cool. Praticamente temos aí Desafiador (que estará também em Justice League Dark, de Peter Milligan), Eléktron (com certeza Ray Palmer), Element Woman (muito bem utilizada anos atrás por Neil Gaiman, trazida de volta por Geoff Johns em Flashpoint), Nuclear, Arqueiro Verde, Gavião Negro, Poderosa (com certeza com nova origem) e Mera.

Não dá pra negar que é uma formação surpreendente, cuja dinâmica trará ares totalmente novos para o grupo e para o Universo DC. Justice League #1 sai em 31 de agosto nos Estados Unidos.

Fonte: Multiverso DC.